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A ex-produtora de eventos, Li Pires, começou a fazer joias sustentáveis, inclusive com embalagens reutilizáveis. O mercado está em aquecimento, mas ainda há preconceito

Cápsulas de café, embalagens de desodorantes, rolhas, tampas de xampu. O que esses objetos têm em comum? Além de serem restos de produtos de consumo diário, são matérias-primas aproveitadas por Liliana Pires, ou melhor, pela designer Li Pires. Ela faz colares, pulseiras e brincos com materiais que normalmente iriam parar no lixo.

A produtora de eventos começou a fabricar as joias ecológicas há mais de dois anos. Ela não pensava que abandonaria a profissão para se tornar uma designer sustentável. “Nunca imaginei fazer colares sentadinha no sofá, por horas. Sempre me achei descoordenada e muito agitada!”, revela. A produção em sentido mais comercial teve início em meados de 2009.

A motivação de Li era fazer de objetos do dia a dia, como clipes e elásticos, as suas principais matérias-primas. “Ao abrir meu armário de produção, no trabalho, achei a mina de ouro: muito material de sobras de eventos. Como eu já tinha uma veia eco e não sabia como inseri-la no meu trabalho de forma mais consistente, foi a grande deixa”, afirma. A partir desse momento, colares feitos com negativos de filmes e CDs, e pulseiras produzidas com saches de café e muito bem acabadas se tornaram a regra em seu trabalho.

A veia eco se mostrava por meio de atitudes como separação do lixo, economia de água e eletricidade, uso de etanol como combustível automotivo, compra de produtos eco, negação em receber embalagens desnecessárias, tentativa de alongar a vida útil dos objetos. Com a transformação do hobby de designer em profissão principal, Li se manteve coerente e se preocupou de forma especial com as embalagens. “Não queria comprá-las porque as pessoas iriam descartá-las na hora. Tive a ideia de usar sacos de salgadinhos, caixas de ovos, potes de requeijão e outros, caixas de fita cassete, tubos de papel toalha, tampas de leite, rede de isopor de frutas. É ótimo porque as pessoas compram e quando me trazem novas doações, lá vêm as embalagens de novo para mim” explica.

Li não considera que uma joia possa ter grande influência para mudar a consciência das pessoas, mas não também não subvaloriza sua ação. “É uma sementinha. Sou mais uma multiplicadora, entre tantas outras. Depende muito mais da consumidora ter melhor consciência e querer também mudar seu comportamento” diz a designer, que tem uma grande clientela na faixa dos 40 anos. O público se divide entre as consumidoras eco e as que gostam apenas da estética. As últimas “compram, mas a vibração é outra”.

A produção ocorre bastante em datas específicas ou em bazares. O mercado está aquecido com as tendências eco, mas ainda há preconceito. “A brasileira não está acostumada com esse tipo de produto. Acha o trabalho bonito, original, criativo, mas ainda não tem coragem de pagar por ele e usá-lo. Há o preconceito embutido porque são acessórios feitos do lixo”, conclui.


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